Lula diz que Brasil continuará a receber refugiados venezuelanos

Lula diz que Brasil continuará a receber refugiados venezuelanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (11), que o Brasil continuará acolhendo os imigrantes venezuelanos que buscarem refúgio no país. Em entrevista à Rádio Setentrião FM, de Manaus, Lula disse esperar que o país vizinho “volte à normalidade”.

“O ministro das Relações Exteriores [Mauro Vieira] está com orientação e norma da Presidência da República para que a gente trate com muito reverência as pessoas que estão vindo para o Brasil por premência de sobrevivência. Você sabe que o ser humano é meio nômade, quando ele não tem onde consumir, quando ele não tem onde trabalhar, ele fica procurando outros lugares”, disse Lula.

“Essas pessoas que estão vindo para cá vão ter que ser muito tratadas e o governo federalista tem a obrigação de ajudar o estado de Roraima a cuidar da instrução dessa gente, a cuidar da manutenção dessa gente, porque nós não queremos que essas pessoas venham para cá e passem mais premência ainda do que já passava na Venezuela”, acrescentou o presidente.

Sem informar a data, Lula disse que vai visitar Roraima e conversar com o governador Antonio Denarium sobre o tema. “Para que a gente possa, definitivamente, tratar com muita responsabilidade e reverência esses milhares de venezuelanos que estão no Brasil. E eu espero que a Venezuela volte à normalidade e que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido verosímil”, disse Lula em referência à crise econômica e social e à instabilidade política no país vizinho.

Em julho, foram realizadas eleições presidenciais na Venezuela, em um pleito marcado por suspeitas de fraudes. Lula diz não reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro até que as autoridades do país apresentem as atas com os dados da votação por mesa eleitoral.

As cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, são as principais portas de ingresso de venezuelanos que buscam melhores condições de vida no Brasil. Para dar uma resposta humanitária às demandas que chegam pela fronteira, o governo brasiliano realiza a Operação Acolhida, em parceria com mais de 120 organizações nacionais e internacionais, sociedade social e iniciativa privada.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), escritório das Nações Unidas, 1.134.532 migrantes venezuelanos entraram no Brasil de janeiro de 2017 até julho de 2024. Desse totalidade, 532.773 já deixaram o país.

A Operação Acolhida é estruturada em torno de três eixos: ordenamento de fronteira, protecção e interiorização. Entre abril de 2018 e março de 2024 mais de 125 milénio pessoas foram beneficiadas pela estratégia de interiorização do governo federalista. Segmento dos imigrantes acabam ficando nos dez abrigos da operação distribuídos em Boa Vista e Pacaraima, mas, de convenção com os dados do governo, a população venezuelana fora dos abrigos aumentou 8% em janeiro deste ano.

Combate à seca

Na terça-feira (10), o presidente Lula cumpriu agenda no Amazonas, com visitante a comunidades para conversar com moradores, e anunciou medidas de combate à seca na região. O presidente afirmou que vai mesmo gerar uma Poder Climática Pátrio para atuar no enfrentamento dos eventos naturais extremos, além de estabelecer um regime jurídico para a emergência climática, via medida provisória a ser encaminhada ao Congresso Pátrio.

Entre os anúncios do governo federalista durante a visitante do presidente ao Amazonas, estão a distribuição de 150 purificadores de chuva portáteis, com capacidade de purificar até 5 milénio litros de chuva por dia, e o início de quatro obras de dragagens de manutenção nos rios Amazonas e Solimões.

A entrevista à Rádio Setentrião FM estava marcada para ocorrer durante a passagem do presidente por Manaus, mas, diante da agenda apertada, foi transferida para esta quarta-feira e realizada por videoconferência, com Lula falando de Brasília.



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