Mostra de Cinema Negro Zózimo Bulbul comemora 17 anos

Mostra de Cinema Preto Zózimo Bulbul comemora 17 anos

O Encontro de Cinema Preto Zózimo Bulbul está completando 17 anos de instalação, com programação variada em três espaços culturais ao mesmo tempo, a partir desta sexta-feira (18). A mostra será realizada no Cine Odeon, no Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio (MAR), três pontos da região médio da cidade, até o dia 25 deste mês.

O tema deste ano é “Fortalecendo pontes” e tem a finalidade de unir cineastas, pensadores e público de diferentes partes do mundo, numa reunião para compartilhar, questionar e reinventar histórias. O ator baiano Antônio Pitanga, um dos grandes nomes do Cinema Novo, será o homenageado desta edição, com a exibição do filme  Malês.

Uma das grandes novidades da programação é a apresentação de filmes sobre povos indígenas, com destaque para o filósofo indígena, Ailton Krenak, compartilhando as perspectivas sobre a ancestralidade e as lutas em geral.

Outrossim, o cineasta Joel Zito Araújo lançará a série Cadernos Negros com o minicurso Cinema Africano Contemporâneo. O objetivo da formação é facilitar a fabricar bases artísticas, estéticas e narrativas para futuros projetos de cinema. Ele sintetiza duas décadas de pesquisas, viagens, encontros, afetos e memórias do cineasta Joel Zito Araújo sobre o cinema africano.

O processo de trabalho será fundamentado na exibição de cenas de filmes e entrevistas com grandes realizadores africanos da contemporaneidade. O projeto conta com o base da Instauração Ford e do Meio Afrocarioca de Cinema. Toda a programação é gratuita.

O Encontro de Cinema Preto Zozimo Bulbul, recebe, nesta edição, mais de 400 filmes inscritos e 128 obras de cineastas brasileiros, africanos, caribenhos e de outras diásporas selecionadas para exibição. Durante o encontro também serão oferecidas 15 atividades de formação. 

“Nossa curadoria coletiva reuniu profissionais de diversas áreas da cultura e foi movida por temas porquê memória, ancestralidade, família, amores diversos e questões LGBTQIAPN+, buscando expandir horizontes e aprofundar as narrativas que entrelaçam o pretérito, o presente e o horizonte”, explica Biza Vianna, diretora-presidente do Meio AfroCarioca de Cinema.

O Encontro de Cinema Preto Zózimo Bulbul é realizado pelo Meio AfroCarioca de Cinema e levante ano reforça  parcerias importantes com o continente africano, porquê a Federação Pan-Africana de Cineastas (FEPACI) e a Federação Pan-Africana de Roteiristas e Diretores (APASER). Biza reforça o compromisso com a história e o trabalho de Zózimo em prol do cinema preto.

“Nosso compromisso com o legado de Zózimo Bulbul permanece firme em cada pormenor deste encontro. Suas contribuições para a valorização das produções negras e sua visão de aproximação com a África continuam a iluminar nossos caminhos. Com isso, fortalecemos parcerias fundamentais”, afirmou.

A 17ª edição do Encontro de Cinema Preto Zózimo Bulbul também reservou um espaço para receber convidados de honra, porquê Cheick Oumar Sissoko, uma das figuras mais icônicas e respeitadas do cinema africano contemporâneo. Cineasta maliano, Sissoko é internacionalmente reconhecido por sua habilidade única de mesclar a narrativa visual com as questões políticas, sociais e culturais que marcam profundamente o continente africano.

A curadoria tem a direção de Laza e contará também com nomes expressivos do cinema preto, porquê Macario, responsável pela coordenação de curadoria. Além dele, Vania Lima fará a curadoria internacional e Dani Ornellas, Antonio Molina, Leila Xavier e Glenda Nicácio são os responsáveis pela curadoria pátrio.

O diretor de notícia, Vitor José, sobrinho de Zózimo Bulbul e um dos gestores dos projetos do Meio AfroCarioca de Cinema, celebra também a expressiva marca de mais de milénio filmes exibidos nas 16 edições do encontro e lembra que Zózimo foi um visionário ao dar corpo para o evento, trazendo para o núcleo das discussões questões cruciais porquê o racismo e a valor das contribuições históricas da comunidade negra na construção do Brasil.

“Hoje, a sua memória e o seu legado continuam guiando os nossos passos, inspirando as gerações futuras a continuarem na luta pela justiça e pelo reconhecimento. Ao longo de 16 anos de sucesso, o Encontro de Cinema Preto iluminou nossas telas com mais de milénio filmes do Brasil, da África, do Caribe e de outros cantos da Diáspora. Zero menos do que 700 sessões permitiram que mais de 200 diretores africanos, 40 dos Caribes, 50 de outras diásporas e 500 diretores brasileiros compartilhassem sua visão do mundo”, disse Vitor.

Lugar de resistência da cultura afro-brasileira, fundado em 2007 por Zózimo Bulbul, o Meio AfroCarioca de Cinema é pioneiro porquê espaço de pensamento e construção dos novos rumos do cinema e, mais especificamente, do cinema preto no país. Uma de suas grandes realizações é o Encontro de Cinema Preto Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e outras diásporas que, nas suas 17 edições, já apresentou mais de 1.500 obras de cineastas brasileiros, africanos e caribenhos.



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