Na Escola Municipal Jornalista Carlos Forte Branco, no bairro Paciência, a respeito de 60 quilômetros do núcleo do Rio de Janeiro, além da preparação para as provas do ano letivo, alguns alunos têm mais um foco de estudo: uma vez que mourejar com finanças pessoais. São estudantes que participarão da 1ª edição da Olimpíada do Tesouro Direto de Instrução Financeira (Olitef).
Giulliano de Alcântara, aluno do 7º ano, é um dos que se preparam para a olimpíada de conhecimento. “Desde novo eu sabor muito de competir. Competições são sempre o meu foco e a olimpíada acaba sendo uma competição por premiação e medalhas, portanto acaba me interessando muito”, confessa.
Além do interesse pela questão competitiva, ele aponta problemas causados, ao menos em segmento, pela falta de ensino financeira. “Você pode rematar se endividando sem perceber. No final, você vai permanecer com uma dívida tão grande que não consegue mais remunerar”, avalia.
Outro candidato, Leandro Bezerra de Souza, do 9º ano, conta que o interesse pela ensino financeira começou desde pequeno. “Não tenho muito numerário e sempre tenho que ter uma economia para, às vezes, comprar um tanto. Portanto, sempre tenho que poupar um pouco e gerir esse numerário”, explica.
Uma vez que é a Olimpíada
A Olimpíada de Instrução Financeira é uma parceria entre o Ministério da Instrução, o Tesouro Vernáculo – responsável pelo Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos para pessoas físicas – e a B3, empresa que opera a bolsa de valores. A organização é da empresa UpMat Educacional.
A competição escolar visa promover e estimular o conhecimento financeiro entre estudantes da ensino básica. Podem participar alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio.
As inscrições de alunos e de escolas públicas e particulares são gratuitas e podem ser feitas até 9 de setembro pelo site da Olimpíada. De conformidade com a UpMat, mais de 2 milénio escolas de todos os estados e do Região federalista confirmaram participação.
Posteriormente as inscrições, candidatos e professores ganham aproximação a materiais de base com tópicos uma vez que gestão de numerário, conceitos de orçamento, investimentos, empréstimos, prevenção ao endividamento, matemática financeira básica e noções de economia.
As provas serão no dia 17 de setembro e serão aplicadas nas próprias escolas. As questões abordarão, sempre que verosímil, situações reais e do cotidiano dos estudantes.
Premiação
Os estudantes que ficarem entre os 10 melhores participantes serão premiados com medalhas. Os demais receberão certificados.
A competição distribuirá R$ 7,56 milhões em prêmios. Serão sorteadas 54 escolas (duas em cada unidade da federação). Cada uma delas receberá R$ 100 milénio em kits melhorias, que podem ser livraria e livros; laboratórios de informática; de robótica; de ciência; itens esportivos e matérias de construção.
Para que possa participar do sorteio, a escola precisará ter, ao menos, um aluno medalhista. As unidades escolhidas também vão receber jogos com a temática ensino financeira.
Em cada escola sorteada, o diretor e quatro professores – também sorteados – receberão individualmente R$ 8 milénio em títulos do Tesouro Direto. Só poderão se inscrever professores que realizarem a capacitação oferecida pela Olitef.
De conformidade com a diretora-executiva da UpMat Educacional, Cristina Diaz, a olimpíada coloca o planejamento financeiro e a ensino financeira no dia a dia dos alunos, capacitando-os para melhores decisões. “Indo além de ser somente uma olimpíada, a ação pretende produzir uma jornada de conhecimento de ensino financeira para escola, professores e alunos”, disse ela.
Acrescentou que, independentemente de premiação, há benefícios diretos para estudantes e professores. “Será oferecida uma plataforma que capacita professores com recursos didáticos especializados, ao mesmo tempo que prepara os alunos para gerenciar seus ganhos e gastos, poupar seu numerário e da família de forma eficiente e entender sobre as diferentes alternativas de investimentos”, disse à Filial Brasil.
O diretor da escola do Giulliano e do Leandro, Davidson de Mattos, diz que o jornalista Carlos Forte Branco tem histórico de participar de competições de conhecimento, uma vez que a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e celebra a chegada da ensino financeira nas escolas.
“Em um país com cume índice de endividamento das famílias, a ensino financeira é primordial, deve ser ensinada. Lamento muito que a minha geração, por exemplo, não tenha tido aproximação a isso”, diz.
Para o diretor, além de promover o conhecimento, a Olitef causará um efeito multiplicador na escola.
“Impacta não unicamente os alunos que participam diretamente e, principalmente, os que são premiados, mas também toda a escola, porque abre um leque”, assegura. Ele contextualiza com o exemplo da organização não governamental Meninas Competem, que tem uma associação com a Escola Jornalista Carlos Forte Branco.
“Foi criada por uma ex-aluna e colegas, que agora são universitárias, e visa instrumentalizar e furar espaço para as meninas competirem nas diversas olimpíadas de conhecimento que existem no Brasil”.
O diretor acredita que, de todas as disciplinas que contam com olimpíada de conhecimento, “a ensino financeira é a que vai mais ser usada no cotidiano dessas crianças e jovens”.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto, além de ser uma forma de o cidadão comprar títulos públicos, isto é, emprestar numerário para o governo, é uma utensílio de ensino financeira que incentiva o investimento e formação de poupança no país.
Por ser modalidade de renda fixa e garantida pelo Tesouro Vernáculo, é considerada a forma mais segura de investimento pessoal. É também uma das mais acessíveis, com aportes a partir de R$ 30. Toda a negociação – compra, venda e resgate – é feita de forma 100% online.