Parque de Brasília: fogo vira subterrâneo e pode voltar à superfície

Parque de Brasília: lume vira subterrâneo e pode voltar à superfície

O lume que consumiu 2,4 milénio hectares do Parque Pátrio de Brasília e deixou segmento da capital tomada pela fumaça desde o domingo (15) não está mais com chamas visíveis. O incêndio se tornou subterrâneo e consome o material combustível reunido embaixo da terreno em dois focos ainda ativos nesta terça-feira (17). Agora, o risco é que, com o período mais quente do dia, as chamas voltem a se difundir. 

Os bombeiros e brigadistas passaram a madrugada combatendo o lume no Parque de Brasília. Com isso, a situação é muito menos sátira que a de ontem, segundo explicou o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires.

“Felizmente a gente está agora com a situação mais controlada. O lume está extinto? Não, não está extinto. Nós agora temos um momento que é de fazer esse monitoramento, fazer o combate ainda nas áreas remanescentes. A gente vai continuar esse trabalho, mas eu diria que aquele momento mais crítico felizmente ficou para trás”, destacou.

De concordância com o ICMBio, o lume só é controlado quando não há mais chance de ele voltar a se expandir, o que ainda não é a situação do Parque Pátrio de Brasília.

O combate a esse incêndio, que era feito por 93 combatentes ontem, passou para mais de 500 nesta terça-feira (17), entre bombeiros e brigadistas, que estão monitorando a situação. Três aviões e um helicóptero também estão mobilizados no Parque de Brasília. 

O comandante do Corpo de Bombeiros do Região Federalista, coronel Pedro Anibal, disse que outros milénio agentes estão de prontidão caso necessário. Ele explicou que a dificuldade do incêndio subterrâneo é que você não vê as chamas, mas unicamente a fumaça.

“Você não sabe exatamente onde está queimando. Portanto, a técnica empregada é contornar os pontos de fumaça com aceiros [faixas onde a vegetação é retirada para evitar a propagação do fogo] e jogando bastante chuva no lugar. Nós estamos com motobombas sendo instaladas para utilizar a chuva do próprio riacho Bananal para fazer esses resfriamentos”, afirmou.

Com 147 dias sem chuvas levante ano no Região Federalista, o tempo quente e sedento dificulta o trabalho das equipes e facilita a propagação das chamas.

Impacto gigantesco

Soldados do Corpo de Bombeiros que vão participar das ações de combate a queimadas no Parque Pátrio. Foto: Antônio Cruz/Sucursal Brasil

A presidente do Parque Pátrio de Brasília, Larissa Diehl, destacou que ainda não é verosímil fazer um balanço dos prejuízos para a fauna porque todos estão preocupados em monitorar os focos ainda ativos. Mas lamentou a queima das matas de galerias, que protegem os cursos d’chuva que abastecem as cidades e demoram para se restabelecer.  

“O impacto é gigantesco. A mata de galeria não tem condições de se restabelecer na mesma velocidade que o Concentrado stricto sensu. Portanto, a mata de galeria é bastante importante chuva que abastece o DF. A barragem de Santa Maria abastece murado de 45% da chuva do DF e pode ter impactos na quantidade e na qualidade de chuva para a população”, ressaltou.



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