Um mapeamento inédito revelou 20,4 milénio hectares de recifes de coral em águas rasas na costa leste do Brasil. Os ambientes marinhos formados por calcário de corais e algas foram detectados por meio de satélites com sensores óticos.
“A costa leste brasileira, sem grande descarga sedimentar de seus rios, possui águas claras, com grande penetrabilidade à luz. Nascente é um dos fatores que explicam a grande concentração de recifes de corais na região”, diz o pesquisador Cesar Diniz, da equipe de mapeamento da Zona Costeira do MapBiomas
O estudo integra a Coleção 9 de mapas anuais de cobertura e uso da terreno do MapBiomas, lançada nesta quarta-feira (21), em Brasília.
Esse primeiro lançamento – ainda em um estudo preparatório – é sobre a extensão dos recifes de corais e servirá porquê base para um monitoramento completo capaz de seguir diversos fatores porquê temperatura da chuva, estabilidade dos ecossistemas e impactos das mudanças climáticas nos serviços ecossistêmicos.
Mudanças climáticas
Segundo Diniz, o comitiva dos efeitos das mudanças climáticas sobre esse ecossistema tem se mostrado necessário em decorrência do aumento da temperatura média dos oceanos e consequente branqueamento e morte de corais.
“Estima-se que um quarto de toda vida marinha é dependente de corais em qualquer momento de sua vida. Logo, monitorar as condições coralíneas do país é absolutamente relevante a todos nós. Mesmo que não percebamos, todos estamos associados aos serviços ecossistêmicos prestados pelos recifes de corais”, enfatizou.
A maioria dos ecossistemas – 72% – foi identificada nas Unidades de Conservação Marinhas brasileiras. A principal unidade mapeada, que corresponde a 33% dos ecossistemas identificados, foi a Superfície de Proteção Ambiental (APA) Ponta da Baleia/ Abrolhos, na zona costeira dos municípios de Alcobaça e Caravelas, sul da Bahia.