Professores querem cumprimento do protocolo de segurança na Maré

Professores querem cumprimento do protocolo de segurança na Maré

Professores fizeram nesta sexta-feira (23) uma sintoma em frente à sede administrativa da prefeitura do Rio de Janeiro, na região medial da cidade. Eles reivindicaram o cumprimento do protocolo de segurança do Aproximação Mais Seguro nas escolas do Conjunto de Favelas da Maré, na zona setentrião da cidade, durante operações policiais na comunidade, com risco de ocorrências de tiroteios. O protocolo deve ser acionado toda vez que isso intercorrer.

Desde segunda-feira (19), a região vem passando por uma operação conjunta de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Social do Rio de Janeiro, da Polícia Militar e de integrantes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) contra a lavagem de numerário do tráfico.

Rio de Janeiro.  Professores querem cumprimento do protocolo de segurança na Maré Foto: Secretaria Municipal de Ordem Pública/Divulgação

A ação é a terceira período da operação para dar perenidade às demolições de imóveis construídos pela organização criminosa, que atua no lugar, mormente, na comunidade do Parque União. As investigações indicaram que há anos, os criminosos usam a localidade para a construção e lhaneza de empreendimentos imobiliários e, dessa forma, conseguirem lavar o capital obtido com a venda de drogas.

De concórdia com a Polícia Social, há apurações para verificar a participação também de funcionários de órgãos representativos da comunidade no esquema criminoso. Na terça-feira (20), durante a período anterior da operação, os agentes localizaram um apartamento de luxo que era usado pelos traficantes. O imóvel foi demolido.

Segundo Samantha Guedes, coordenadora universal do Sindicato Estadual dos Profissionais de Instrução do Rio de Janeiro (Sepe), as escolas, que chegaram a permanecer fechadas por questão de segurança dos profissionais de ensino e dos alunos, voltaram a perfurar, mas os professores não se sentem seguros de trabalhar em um envolvente tenso uma vez que o dos últimos dias. “Uma vez que é que se pode trabalhar sob tiros expondo os seus alunos?” indagou a coordenadora, em entrevista à Escritório Brasil.

Samantha Guedes destacou que a manutenção das aulas pode ser feita remotamente. “Trabalhar a gente trabalha inclusive de morada, porque vai on-line. A gente não deixa de trabalhar e repõe o teor para as crianças”, disse.

Também nesta sexta-feira, representantes do Sepe se reuniram com o professor Willman Costa, assessor peculiar do secretário Municipal de Instrução do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha, na sede da prefeitura, para discutir a reabertura das escolas localizada na Maré.

Ata

A ata do encontro a que a Escritório Brasil teve chegada, retrata que a professora Suzana Gutierrez pontuou o seu tempo de serviço na comunidade e que já trabalhou várias vezes em situações adversas. Ela relatou ainda que apesar de ser acionado na quinta-feira (22), o protocolo de segurança do Aproximação Mais Seguro, está sendo desrespeitado. Ainda conforme a ata, a professora disse que, por ordem da SME, as escolas foram obrigadas a perfurar e atender aos alunos.

Os professores presentes na reunião destacaram ainda que as remoções realizadas pela Seop, dos imóveis construídos pela partido criminosa, ocorrem concomitante à movimentação de veículos blindados que transitam pela localidade.

Roberta Tavares do Promanação, que também é professora, mãe de alunos da rede municipal de ensino e moradora da comunidade, relatou que nas duas últimas semanas não tem conseguido dormir por desculpa da operação policial. Afirmou que não se sente segura para levar os filhos às escolas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Instrução informou que 24 escolas municipais ficaram fechadas na segunda (19), na terça (20) e quarta-feira (21), na Maré. Na quinta-feira (22) e hoje, as escolas reabriram em horários alterados. “Neste ano, já foram 25 dias letivos com ao menos uma escola fechada na Maré”, destacou.

A secretaria informou que conduz a lhaneza ou fechamento das escolas seguindo o protocolo Aproximação Mais Seguro, em parceria com a Cruz Vermelha Internacional, “o qual envolve critérios técnicos uma vez que o monitoramento permanente da situação em cada território e a atualização das forças policiais”.

De concórdia com a pasta, com base na definição do uso do protocolo, a dinâmica das operações policiais na Maré foi avaliada, diversas vezes e com várias atualizações, ao longo de cada dia desta semana. “Cada dia apresentou uma dinâmica dissemelhante, razão pela qual a Secretaria, seguindo o protocolo, adotou procedimentos específicos de concórdia com as especificidades ocorridas em cada um dos dias de operação policial”, informou.

A SME marcou uma novidade reunião com os representantes do Sepe para segunda-feira (26), às 11h.

Descaracterização dos imóveis

Professores querem cumprimento do protocolo de segurança na Maré, por Secretaria Municipal de Ordem Pública/Divulgação

A Seop informou que chegou a esta sexta-feira com a descaracterização de 32 prédios, com mais de 162 unidades (apartamentos). Também atuaram, na estrutura do último pavimento de um dos edifícios. Esses imóveis fazem segmento do planejamento de demolição de construções irregulares no condomínio com mais de 40 imóveis na comunidade Parque União.

“Nesta período da demolição, o trabalho está sendo feito à mão, considerando a profundidade dos prédios e a dificuldade para acessar algumas unidades. O trabalho de preparação para utilização das máquinas já está sendo feito. A demolição das construções irregulares seguirá nos próximos dias”.



Créditos

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *