Não adiantou fixar a cadeira no chão em debate

Desacordos e polêmicas com Milei ofuscam eleição de Trump e ausência de Putin no G20 do Rio

Para quem achava que a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e situação de Vladimir Putin poderiam ofuscar a cúpula, o perigo vem de bem mais perto, da Argentina. “A gente até imaginava isso. Mas achávamos que tínhamos problemas maiores”, admite um negociador.A vitória de Trump causa desconforto no grupo dos países mais ricos do mundo. Ele é sabidamente avesso ao multilateralismo. Ou seja, se os Estados Unidos estão a bordo agora, mas isso não significa que continuarão a partir da posse do republicano. Mas isso é problema para a África do Sul, país que receberá do Brasil a presidência do G20 ao final da cúpula. O presidente russo Vladimir Putin não virá à cúpula, porque há um mandado de prisão contra ele, mas a Argentina tornou-se uma incógnita.Os argentinos tiveram participação tímida e enviaram representantes de nível hierárquico abaixo do que se via nas reuniões, para demonstrar a desimportância que davam às negociações. Mas não chegavam a atrapalhar as discussões. A partir de julho, depois de tirar a briga geopolítica das negociações temáticas, o G20 voltou a publicar declarações ministeriais aprovadas por todos os seus integrantes, o que não acontecia há dois anos.Pauta feminista e de cultura rejeitadas pela Argentina de MileiIsso só foi possível porque o Brasil separou a geopolítica em textos à parte. De lá para cá, todas as reuniões produziram declarações de consenso, exceto a do grupo do empoderamento feminino, rejeitado na íntegra pelos argentinos. A de cultura havia sido poupada, mas, horas depois, contudo, a Argentina publicou nota rejeitando-a também. O país já tinha feito o mesmo em Nova York, quando a ONU publicou o Pacto do Futuro.Era a pauta de costumes que tanto apelo oferece à extrema direita. Eles não se opuseram às outras agendas, até porque o que é discutido no âmbito do G20 os beneficia. Agora, nas negociações em curso resolveram bater de frente com a “linguagem de gênero” do texto nos seus múltiplos temas, e passaram a rejeitar a Agenda 2030.



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