Eleição é última chance de evitar que transgressão entre de vez na política

Em São Paulo, a cúpula do PRTB, partido de Pablo Marçal, se orgulha da relação com o PCC – que, por sua vez, usou empresas de transporte urbano para lavar verba na gestão Ricardo Nunes, segundo o Ministério Público.Em João Pessoa, líderes da Novidade Okaida são pegos em conversas promíscuas com a gestão do prefeito Cícero Lucena, candidato à reeleição, discutindo suas demandas políticas para ajudar no pleito.O Comando Vermelho ajuda a escolher políticos em Arraial do Cabo para prometer estrutura de lavagem de verba, de convenção com o MP-RJ. Em Manaus, o mesmo CV determina quais candidatos a prefeito e a vereador podem fazer campanha eleitoral em comunidades, além de onde e quando. E, para adentrar em seus territórios, há um preço a ser pago pelas campanhas.Quem acha que o fundo do poço é um grupo político tentar um golpe de Estado ao perder a eleição, uma vez que o bolsonarismo entre o segundo vez de 2022 e 8 de janeiro do ano pretérito, precisa urgentemente rever seus conceitos. Sim, no fundo do poço há um alçapão que nos leva muito mais fundo, talvez em direção a um narcoestado. E a infiltração que vivemos até agora não é zero se comparada com o que deve vir. O maior repto da direita e da esquerda, pelo menos aquelas que se dizem democráticas, deveria ser evitar que as facções aumentem seu naco na política. Pois isso é um risco à própria existência de partidos e grupos políticos criados para tutorar interesses legítimos.A questão é uma vez que abordar o tema em larga graduação. Há uma parcela da população que vive sob o domínio do transgressão organizado há tanto tempo que aceitou sua atuação uma vez que organizador da vida cotidiana, responsável por controlar o número de assaltos e até por algumas ações de assistência social.Conversei com lideranças comunitárias da periferia de São Paulo que ponderaram que denunciar que determinado candidato tem relação direta com o PCC pode não suscitar o impacto esperado por conta dessa compreensível normalização. Para uma parcela grande da população, PCC, CV, entre outros, se tornaram segmento são paisagem. Ou pior: substituem o Estado.



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