Para o jurista, “com as urnas abertas na metade do dia de votação, é muito grave que isso tenha sido divulgado pelo governador, pois a informação fluiu ao longo do dia inteiro”. Em sua avaliação, é “gravidade apta a levar a inelegibilidade”.”Discordo respeitosamente da decisão. A Justiça Eleitoral na primeira instância não compreendeu o fato de que Tarcísio de Freitas, na condição de governador de São Paulo e falando com a autoridade de quem teria recebido informações da inteligência da Secretaria de Assuntos Penitenciários, veiculou a informação da suposta existência de uma orientação de voto do crime organizado em Boulos, o que beneficiaria, o seu candidato, o prefeito Ricardo Nunes”, afirma Neisser.”Quando ele diz que houve informações da inteligência e ele é o governador do Estado, a compreensão mais óbvia é de que recebeu essas informações, não de que ele ficou sabendo dessas informações por uma suposta matéria jornalística de um site jornalístico e que ele estaria ali só repercutindo”, explica.Ele se refere a um texto do site Metrópoles sobre o assunto, publicado antes da eleição. “Tarcísio falou com a autoridade de governador, não como comentador de notícia de terceiros”, diz o professor da FGV.De acordo com Fernando Neisser, na entrevista coletiva em que o governador deu a declaração, houve uma pergunta por parte de jornalistas sobre uma situação de uma candidata de Santos. E o governador a usou para falar de São Paulo. “Então, também não é verdade que ele estava em uma posição passiva, só respondendo ao que jornalistas perguntaram, porque foi ele quem puxou o assunto sem mencionar que estaria só comentando uma matéria jornalística”, diz.Em sua avaliação, o argumento de que não há nenhuma conduta atribuída especificamente ao prefeito Ricardo Nunes também não convence, uma vez que estava na condição de beneficiário do abuso.
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