O governo de Javier Milei publicou nesta quinta-feira (14) uma foto do argentino ao lado do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e do bilionário Elon Musk. O argentino é o primeiro chefe de Estado latinoamericano a se encontrar com o republicano, menos de dez dias após a vitória de Trump na eleição.
Milei embarcou para o país para participar da conferência conservadora CPAC, em Mar-a-Lago, resort de luxo do americano na Flórida.
Além dos três, também participaram do encontro desta quinta a irmã de Milei e secretária-geral da Presidência da Argentina, Karina Milei, e o chanceler do país, Gerardo Werthein.
O presidente argentino deve aproveitar a viagem ao país para tentar acelerar as negociações para um novo empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Maior devedor do fundo, com uma dívida de US$ 44 bilhões (R$ 253,9 bilhões), a Argentina busca novos recursos para aliviar os rígidos controles cambiais e de capital, que dificultam a saída do país da recessão.
O governo Milei espera que a nova gestão de Trump influencie nas negociações do país com o fundo, onde os EUA têm o maior peso.
Na última terça (12), Trump chamou o argentino de seu “presidente favorito” durante ligação. Milei busca assumir um papel de principal interlocutor do americano na América Latina.
Economista libertário, ele se apresenta como o principal aliado do republicano na região para combater a guerra cultural global contra a esquerda “woke” (termo usado de forma pejorativa para se referir a ideias progressistas), mesmo com grandes divergências sobre comércio com o americano, que é considerado protecionista.
Milei também tem uma relação próxima com Musk, diretor-executivo da Tesla, que irá liderar o novo “departamento de eficiência governamental” de Trump. Na semana passada, o argentino ofereceu conselhos a Musk sobre como replicar seu modelo de cortes de gastos e desregulamentação.
Musk e Milei trocaram elogios nas redes sociais e em encontros pessoais. Trump também retribuiu, até certo ponto. “A Argentina ficou MAGA [acrônimo para o bordão de Trump ‘faça a América grandiosa de novo]. Excelente pessoa… Eu o adoro, porque ele ama o Trump”, declarou o ex-presidente em fevereiro, durante a CPAC.
Geograficamente distante e com pouca relevância como parceiro comercial dos EUA, a Argentina dificilmente será uma prioridade para o presidente eleito americano.
O presidente argentino esperou quase uma semana por uma ligação de Trump, que atendeu dezenas de líderes mundiais antes de falar com o argentino na terça-feira.