Leonardo Sakamoto

Militares absolvem fuzilamento e mostram como seria a vida sob o golpe

Os militares dizem ter confundido o carro em que Evaldo estava com a família (sua esposa, seu filho de sete anos, uma afilhada, de 13, e seu sogro) com bandidos, metralhando-o. Luciano, um verdadeiro herói brasileiro, tentou ajudar a salvar os ocupantes do carro e foi atingindo, morrendo 11 dias depois. Foram dados 257 tiros.Se deduziu qual a cor da pele de Evaldo, o que serviu como gatilho para a ação, parabéns. Você tem direito ao seu diploma de bacharelado em Brasil.A sua viúva foi bastante precisa ao comentar o veredito: “nós sabemos que, no Brasil que nós vivemos, não existe justiça para pobre e preto”.Inicialmente, os militares haviam sido condenados em primeira instância da Justiça Militar a penas que variavam entre 28 e 31,5 anos de xilindró por homicídio qualificado e tentativa de homicídio de uma terceira pessoa. Contudo, a maioria do STM decidiu absorver os militares pela morte do músico baseado na justificativa de legítima defesa. Sim, é isso mesmo que você acabou de ler: legítima defesa.O caso ilustra o que é o terrorismo de Estado e lembra que não é só golpe que acontece quando as Forças Armadas se metem onde não deveriam.A política informal de execução de pobres e negros nas periferias não é uma novidade. Eles têm sido abatidos cotidianamente pelas mãos do tráfico, de milicianos, de policiais e também de militares. Em abril de 2019, o diferencial era a tempestade perfeita criada por um governador (Wilson Witzel) e um presidente da República (Jair Bolsonaro) que elogiavam execuções cometidas por agentes de Estado – o que era recebido como apoio explícito.



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