O último debate eleitoral antes do primeiro vez na disputa pela Prefeitura de São Paulo registrou alguns exageros, distorções e imprecisões por secção dos candidatos.
O evento foi realizado pela TV Mundo, nesta quinta-feira (3), e contou com Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).
Veja exageros e imprecisões
Tabata Amaral
Tabata exagerou ao declarar no debate que a gestão Nunes herdou uma cracolândia e entregará 72 ao termo do procuração.
Levantamento da própria prefeitura em 2014, na gestão de Fernando Haddad (PT) apontava a existência de 30 pontos de uso de drogas espalhados pela capital paulista.
Alguns destes pontos já se concentravam em regiões porquê o mercado municipal e a Ceagesp.
A deputada afirmou no programa que Nunes “foi além. Ele recebeu uma cracolândia e está entregando 72 cracolândias. Uma vez que pode marchar tanto para trás?”.
Pablo Marçal
Pablo Marçal citou uma frase e atribuiu ela ao plumitivo Eça de Queiroz. “Uma vez que Eça de Queiroz dizia, políticos e fraldas devem ser trocados pelo mesmo motivo”, afirmou.
Entretanto, não existem registros de que o responsável tenha elaborado a frase. A atribuição é mais uma na lista de frases comumente atribuídas na internet a escritores de renome.
José Luiz Datena
Datena exagera ao expressar que 120 milhões de pessoas morreram na China durante o regime de Mao Tsé-tung. Apesar de não ter estatística solene, algumas cifras estimadas por especialistas apontam de 20 a 60 milhões de mortos entre os anos de 1958 e 1962.
Datena também erra ao falar sobre Josef Stalin. Estima-se que muro de 20 milhões de pessoas morreram ao longo do regime de Stalin na União Soviética, de 1927 a meados de 1953, não 70 milhões porquê afirmou Datena.
No debate, o candidato disse que “nos extremos só tem coisa ruim. O comunismo de extrema esquerda do Stalin, do Trótsky, do Lenín. O Stálin matou 70 milhões de pessoas. O Mao Tsé-tung matou de penúria mais de 120 milhões de pessoas.”
Guilherme Boulos
O deputado do PSOL, citando uma reportagem do UOL do dia 3 de outubro, fez uma pergunta a Nunes em que dizia que o prefeito teria entregado o verba da prefeitura para o cunhado do encarregado do PCC.
“Por que você entregou o verba da prefeitura para o cunhado do Marcola?”, questionou Boulos no debate.
O personagem citado pelo psolista é Eduardo Olivatto, encarregado de gabinete da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras) na gestão Nunes. A reportagem do UOL afirma que uma empresa de Olivatto está em um imóvel alugado a um dos principais fornecedores contratados pela secretaria que ele chefia para obra emergenciais.
Olivatto é irmão de Ana Maria Olivatto, que morreu há mais de 20 anos e era casada com Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, encarregado do PCC.
Conforme afirma a reportagem do UOL, entretanto, “não há sinal de que a relação de sua mana com o líder da organização criminosa tenha repercutido na trajetória de Olivatto, servidor de curso da Prefeitura de São Paulo”.
Ricardo Nunes
Nunes afirmou, durante o debate, que Guilherme Boulos já foi réprobo. Não há registro, entretanto, de pena contra o deputado do PSOL.
Ao longo de sua atuação porquê uma das lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos já foi mencionado porquê “investigado” ou “indiciado” em ao menos oito inquéritos policiais.
Os casos estão relacionados a danos ao patrimônio público durante manifestações, expropriação possessório (invasão de propriedade) e resistência à prisão durante reintegração de posse. Mas nenhum dos casos gerou uma pena na Justiça.
“Eu não tenho nenhuma investigação contra mim, não tenho nenhum indiciamento contra mim, não tenho nenhuma pena, dissemelhante de você. Não queira enganar as pessoas”, disse Nunes.