Josias de Souza

Vírus da politização da Justiça ronda processos do 8 de janeiro

O julgamento dos encrencados no 8 de janeiro envolve mais do que meras decisões judiciais. É algo simbólico. Está em jogo o apreço do país pela sua democracia. O debate sobre anistia, deflagrado no Congresso antes do trânsito de todas as ações penais, inocula no devido processo legal o vírus da politização da Justiça. Os bastidores de Brasília passaram a emanar um incômodo cheiro de acordo.Bolsonaro simula compaixão pelo que chama de “pobres coitados”. Lorota. Não está preocupado com a cabeleireira do batom, mas com seu próprio pescoço. A facção bolsonarista da Câmara diz ter obtido as 257 assinaturas necessárias à conversão do projeto de anistia numa emergência legislativa. Hugo Motta, o presidente da Casa, não é obrigado a levar o projeto ao plenário. Mas cresce a pressão sobre ele.Motta articula com Lula e ministros do Supremo uma saída que reduza as penas das sardinhas da tentativa de golpe sem beneficiar os tubarões. O Planalto piscou. Coordenadora política de Lula, a ministra Gleisi Hoffmann disse que talvez seja necessário discutir no Congresso a redução da pena de “algumas pessoas do 8 de janeiro”. Nada a ver com Bolsonaro e seus generais, disse ela. A eventual revisão do tamanho dos castigos teria que trazer a chancela do Supremo.



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