Foto: Vladimir Barreto.
Parlamentares cobram repasse direto aos trabalhadores da B1 e criticam descaso da empresa
A situação dos vigilantes da empresa B1 gerou fortes embates e discursos inflamados na sessão desta terça-feira (25) na Câmara de Caruaru. Parlamentares expressaram indignação com os atrasos de pagamentos e cobraram ação imediata da prefeitura. Silvio Nascimento (PL) foi enfático ao revelar que a gestão municipal já realizou um repasse de R$ 579 mil, mas os trabalhadores seguem sem receber. “Se essa empresa não tem compromisso, então que a prefeitura pare de repassar dinheiro para ela e pague direto aos vigilantes! Quem trabalha precisa receber, e isso não pode ser tratado com descaso”, afirmou, sob aplausos dos profissionais presentes.
Anderson Correia (PP) trouxe um relato dramático de um vigilante que, sem o pagamento, disse estar à beira do desespero. “Tem pai de família chorando, tem gente passando fome! Isso não é brincadeira, são vidas que estão em jogo!”, bradou. Delegado Lessa (Republicanos) ressaltou que os vigilantes desempenham um papel essencial na segurança pública e que o não pagamento coloca em risco não apenas os trabalhadores, mas a estrutura de proteção da cidade. “Esses profissionais precisam ser respeitados. São eles que estão protegendo escolas, postos de saúde, repartições públicas, e não podem continuar sendo tratados com tamanho descaso. Se o dinheiro foi repassado, o pagamento tem que ser feito, e ponto final!”, defendeu.
O vereador Cabo Cardoso (Avante) também se posicionou com firmeza e chamou os vigilantes de “irmãos de farda”, afirmando que a categoria deve ser tratada com respeito. “Vocês são linha de frente da segurança, enfrentam riscos diários, e estão sendo humilhados desse jeito? Isso é um absurdo!”, disparou. João Neto (PSD) destacou que, como ex-policial, entende as dificuldades enfrentadas pelos vigilantes e se comprometeu a acompanhar de perto a situação.
O debate sobre a valorização da Guarda Municipal também dominou a sessão. Cabo Cardoso (Avante) e Silvio Nascimento (PL) apresentaram projetos para alterar a nomenclatura da Guarda Municipal para Polícia Municipal, seguindo decisão do STF. Ambos defenderam que o processo de armamento da Guarda Municipal já está em fase final de tramitação e que a medida será essencial para fortalecer a segurança pública e garantir melhores condições de trabalho aos agentes. Edilson do MST (PT) surpreendeu ao se manifestar favoravelmente ao armamento da Guarda, combatendo a ideia de que seu partido seria contra o fortalecimento das forças de segurança. “Dizem que nós, da esquerda, somos contra armar a polícia, mas isso não é verdade! O que defendemos é que os agentes tenham treinamento e estrutura adequados. Não podemos permitir que enfrentem criminosos de peito aberto!”, declarou.
Nos demais temas abordados, a vereadora Mery da Saúde (PSDB) apresentou um projeto para nomear a nova creche municipal de Creche Municipal Mércia Maria Anselmo de Moura Pinheiro, em homenagem à mãe do prefeito Rodrigo Pinheiro. Ao justificar a homenagem, a parlamentar afirmou: “Nada mais justo do que levar o nome de dona Mércia, que foi uma mulher forte, guerreira, que criou sua família com dignidade e que sempre foi referência na vida do prefeito Rodrigo Pinheiro”. Mery também voltou a cobrar a duplicação da Avenida Brasil, ressaltando que a via se tornou um gargalo na mobilidade urbana e que é necessário planejamento para atender à crescente demanda do trânsito local.
Durante as votações, o vereador Bruno Lambreta (PSDB) justificou seu posicionamento em relação às matérias debatidas, ressaltando o compromisso da Casa com as pautas de interesse público. “Nosso papel aqui é garantir que todas as decisões tomadas sejam equilibradas e justas, sempre respeitando o interesse da população. Cada projeto que votamos tem um impacto direto na vida das pessoas, e por isso precisamos atuar com responsabilidade e coerência”, afirmou.
Ainda na sessão, Silvio Nascimento (PL) fez um pronunciamento contundente contra a Resolução 1958 do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), classificando-a como uma “aberração” e defendendo o PL 1904/2024, que tipifica como homicídio o aborto realizado após a idade gestacional viável. Para ele, o texto atual da norma abre margem para a “autorização do assassinato de bebês plenamente formados no ventre de suas mães”, posicionamento que gerou reações da Casa.
Outros temas também foram levantados durante a sessão, como a reestruturação do matadouro público, defendida por Edilson do MST (PT), e a preocupação com a segurança no período carnavalesco, abordada por João Neto (PSD) na última reunião.
Logo após a sessão ordinária, foi convocada uma reunião extraordinária, que ocorre para tratar de pautas urgentes. Os parlamentares discutiram o reajuste do piso salarial de diversas categorias do Executivo, incluindo profissionais da educação, saúde, assistência social, agentes comunitários de saúde e agentes de endemias.

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